Nesta quarta-feira (18), os usuários do X (antigo Twitter) recuperaram o acesso às suas contas, quase 20 dias após o bloqueio imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT) revelou que a rede social conseguiu contornar a decisão judicial ao adotar IPs dinâmicos em seus servidores.
No início do dia, o STF atribuiu o acesso ao X a uma “instabilidade” no bloqueio. No entanto, posteriormente, o tribunal solicitou explicações formais da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A Anatel confirmou que a decisão judicial permanecia inalterada e que a fiscalização continuava em vigor.
A ABRINT detalhou que o X utilizou IPs dinâmicos fornecidos pelo Cloudflare, um serviço de proxy reverso em nuvem. Essa estratégia complicou o bloqueio pelos provedores de internet, pois os IPs dinâmicos mudam constantemente e são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas.
Desde 30 de agosto, o acesso ao X estava bloqueado no Brasil. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após Elon Musk, proprietário da plataforma, se recusar a nomear um representante no país. Em 13 de setembro, Moraes ordenou a transferência de R$ 18,35 milhões das contas da Starlink e do X no Brasil para os cofres da União, como pagamento de multas aplicadas à rede social e à empresa de internet via satélite de Musk. Apesar do pagamento das multas, a rede social continua bloqueada por não cumprir outras ordens judiciais.
Segundo o STF, o X não cumpriu as ordens de bloquear perfis que divulgavam mensagens criminosas e de ataque à democracia, além de não instituir representantes legais no Brasil. Por essa razão, a rede social permanece oficialmente bloqueada no país.
As contas da Starlink foram bloqueadas desde 29 de agosto, um dia antes da suspensão das atividades do X no Brasil. Na ocasião, a empresa de internet classificou a decisão como “inconstitucional” em um comunicado oficial.
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