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Conheça a Fórmula Mágica de Joel Greenblatt para investir em ações

Joel Greenblatt, um nome renomado no mundo dos investimentos, é famoso por desenvolver a “Fórmula Mágica”, uma metodologia estratégica para selecionar ações que promovem alto retorno. A genialidade de Greenblatt foi encapsulada em seu influente livro, “O Pequeno Livro Que Bate o Mercado“. Nesta obra, ele apresenta uma abordagem simples, porém profundamente eficaz, que visa democratizar as estratégias de investimento para o investidor médio.

A Fórmula Mágica não é apenas um conjunto de instruções, é uma filosofia de investimento que combina princípios quantitativos rigorosos com uma execução acessível. Desde a sua introdução, a fórmula ganhou notoriedade e aceitação, mudando a forma como muitos investidores abordam o mercado de ações.

Neste artigo, vamos explorar em profundidade a essência da Fórmula Mágica. Vamos detalhar cada componente da fórmula, explicar como aplicá-la na prática e avaliar sua eficácia ao longo do tempo. Também discutiremos as limitações dessa estratégia, fornecendo uma visão equilibrada que permitirá aos investidores utilizar a Fórmula Mágica com maior confiança e conhecimento. Prepare-se para mergulhar em uma das estratégias de investimento mais faladas do século XXI.

Origens e Teoria da Fórmula Mágica

Joel Greenblatt, influenciado pela filosofia de investimento de Warren Buffett, desenvolveu a “Fórmula Mágica” como um método sistemático para replicar a abordagem de Buffett de escolher “empresas maravilhosas a preços justos”. Greenblatt, reconhecendo o desafio que investidores individuais enfrentam ao tentar emular o instinto e a experiência de Buffett, decidiu quantificar esses conceitos em uma fórmula prática e acessível para todos. O objetivo era simplificar a detecção de oportunidades de investimento excepcionais sem a necessidade de aprofundamentos extremos em análises financeiras complexas.

Os dois pilares da Fórmula Mágica são o Retorno sobre o Capital (ROC) e o Rendimento dos Lucros (Earnings Yield). O ROC é usado para avaliar a eficiência com que uma empresa gera lucros a partir de seu capital investido, um indicativo claro de excelência operacional. Já o rendimento dos lucros é calculado dividindo o lucro operacional pelo valor de mercado da empresa, oferecendo uma medida de quão barata a ação está em relação aos seus ganhos. Juntos, esses indicadores ajudam a identificar empresas que não só são eficientes em usar seu capital mas que também são negociadas a preços atraentes no mercado.

Ao combinar esses dois fatores, a Fórmula Mágica efetivamente filtra empresas que, teoricamente, oferecem o melhor retorno sobre o investimento ajustado ao risco. Empresas com altos valores de ROC e altos rendimentos dos lucros são consideradas subvalorizadas, possuindo um potencial de crescimento significativo. Esse método tem como objetivo proporcionar uma abordagem de investimento disciplinada, reduzindo o impacto de emoções e viéses do mercado, e focando em dados financeiros sólidos para tomar decisões de investimento.

Passo a Passo para Aplicar a Fórmula Mágica

Para aplicar a Fórmula Mágica de Joel Greenblatt e identificar ações subvalorizadas com alto potencial de retorno, é essencial entender como calcular e utilizar os dois componentes chave da fórmula: o Retorno sobre o Capital (ROC) e o Rendimento dos Lucros (Earnings Yield). Aqui está um passo a passo detalhado:

1. Cálculo do Retorno sobre o Capital (ROC):

  • Encontre o Lucro Operacional: Primeiro, obtenha o lucro operacional da empresa, que pode ser encontrado no demonstrativo de resultados.
  • Determine o Capital Investido: Some o patrimônio líquido ao passivo de longo prazo da empresa. Esses valores também são encontrados nos balanços patrimoniais.
  • Calcule o ROC: Divida o lucro operacional pelo capital investido. Isso dará o ROC, que mede quão eficientemente a empresa gera lucros a partir de seu capital.

2. Cálculo do Rendimento dos Lucros (Earnings Yield):

  • Obtenha o Preço da Ação e o Lucro por Ação (LPA): Verifique o preço atual das ações e o LPA, que geralmente é reportado nas cotações de mercado e relatórios financeiros.
  • Calcule o Earnings Yield: Divida o LPA pelo preço da ação. Isso oferece uma medida de quão barata a ação está em relação aos seus ganhos, com valores mais altos indicando melhores oportunidades de compra.

3. Classificação e Seleção das Empresas:

  • Classifique as Empresas por ROC e Earnings Yield: Organize todas as ações que você está analisando pelo ROC, do maior para o menor, e pelo Earnings Yield, do maior para o menor. Estes rankings indicam eficiência operacional e atratividade de preço, respectivamente.
  • Some as Classificações: Para cada ação, some sua posição no ranking de ROC com sua posição no ranking de Earnings Yield. Ações com a soma mais baixa são consideradas mais atraentes para investimento.

Exemplos Práticos:

  • Exemplo Hipotético 1: Suponha que a Empresa A tenha um ROC de 15% (classificação 1) e um Earnings Yield de 5% (classificação 10). Sua pontuação combinada será 11.
  • Exemplo Hipotético 2: A Empresa B tem um ROC de 10% (classificação 5) e um Earnings Yield de 6% (classificação 3). Sua pontuação combinada será 8.
  • Seleção: Entre esses exemplos, a Empresa B, com a menor pontuação combinada, seria considerada mais atrativa segundo a Fórmula Mágica.

Implementar a Fórmula Mágica requer disciplina e uma revisão periódica das ações escolhidas, garantindo que o portfólio esteja alinhado com os critérios estabelecidos pela fórmula. Ao seguir esses passos, investidores podem aplicar uma estratégia sistemática e baseada em evidências para melhorar suas decisões de investimento.

Eficiência da Fórmula Mágica: Estudos e Resultados

A eficácia da Fórmula Mágica de Joel Greenblatt tem sido objeto de muitos estudos e análises ao longo dos anos, com numerosos backtests confirmando sua capacidade de superar consistentemente os mercados mais amplos. Por exemplo, análises históricas mostram que a aplicação da fórmula poderia ter resultado em um retorno médio anual consideravelmente superior ao do índice S&P 500 durante certos períodos.

Um estudo significativo mostrou que entre 1988 e 2009, um investidor que seguisse a Fórmula Mágica poderia esperar um retorno anual composto (CAGR) de cerca de 23,8%, comparado aos 9,5% do S&P 500 no mesmo período. Esses resultados impressionantes são frequentemente citados para demonstrar o potencial da estratégia de Greenblatt quando aplicada com disciplina e consistência.

Investidores que utilizaram a Fórmula Mágica frequentemente compartilham suas experiências positivas, destacando como a estratégia os ajudou a identificar ações subvalorizadas que acabaram por gerar retornos substanciais. Esses testemunhos, juntamente com os estudos de caso, oferecem um vislumbre das potenciais vantagens e das realidades práticas de implementar essa abordagem no dia a dia do mercado de ações.

É importante salientar que, como qualquer estratégia de investimento, a Fórmula Mágica não é infalível e seu sucesso pode variar dependendo das condições de mercado e da execução do investidor. E especialistas recomendam não depender exclusivamente de uma única estratégia, mas considerar a Fórmula Mágica como parte de uma abordagem de investimento mais diversificada e adaptada às circunstâncias individuais de cada investidor.

Limitações e Críticas da Fórmula Mágica

Embora a Fórmula Mágica de Joel Greenblatt seja celebrada por sua simplicidade e eficácia aparente, ela não está livre de críticas. Uma das principais objeções é que ela pode levar a uma super simplificação do mercado. A fórmula se concentra em apenas dois indicadores financeiros, o que pode ignorar outros aspectos cruciais que impactam o valor de uma empresa, como mudanças no ambiente regulatório, inovações no setor, ou movimentos estratégicos da concorrência.

Há preocupações relacionadas aos riscos e volatilidade associados com a aplicação da fórmula em diferentes condições de mercado. O desempenho passado, como demonstrado nos backtests, não garante resultados futuros, e a fórmula pode não se adaptar bem a períodos de extrema turbulência econômica ou bolhas de mercado, onde as avaliações podem se desviar significativamente dos fundamentos.

Para mitigar esses riscos, os investidores são aconselhados a não depender exclusivamente da Fórmula Mágica como sua única estratégia de investimento. É prudente complementar a fórmula com outras análises, incluindo a avaliação qualitativa das práticas de gestão da empresa e das condições do setor em que opera. A diversificação do portfólio, espalhando investimentos através de diferentes setores e geografias, pode ajudar a reduzir a exposição a riscos específicos de um único investimento ou mercado.

Conclusão

Ao explorarmos a Fórmula Mágica de Joel Greenblatt, destacamos sua utilidade como uma ferramenta robusta para investidores que buscam uma estratégia de investimento baseada em valor. A fórmula, ao enfocar o Retorno sobre o Capital e o Rendimento dos Lucros, oferece uma metodologia sistemática para identificar ações subvalorizadas que podem gerar retornos consideráveis.

Encorajo os leitores a não apenas se basearem nesta estratégia isoladamente, mas a combiná-la com outras abordagens de investimento para uma diversificação eficaz do portfólio. Aprofundar o conhecimento sobre a Fórmula Mágica e outras técnicas complementares pode enriquecer sua perspectiva de investimentos e potencializar suas decisões financeiras.

Para aqueles interessados em explorar mais a fundo, recomendo a leitura do livro de Greenblatt, “O Pequeno Livro Que Bate o Mercado“, que detalha a fórmula extensivamente. Este recurso pode servir como um ponto de partida excelente para entender melhor as nuances e aplicações práticas da Fórmula Mágica no contexto atual dos investimentos.

Flavia Guedes

Profissional com 22 anos experiente na área financeira, com foco em administração e investimentos. Sou pós-graduada em Finanças e Investimentos pela FIA e sou certificada pela ANCORD, ANBIMA e FEBRABAN. Atualmente, atuo como Especialista de Investimentos no Itaú, tendo acumulado experiência na Messem e na Plátano Investimentos escritório filiados a XP, e atuei na mesa de operações de renda variável. Minha carreira também inclui posições de liderança no Citi como Gerente de Investimentos e no Santander Brasil, onde fui Gerente da Sala de Ações, responsável por operações de compra e venda de ações e pelo desenvolvimento de estratégias para ampliar a carteira de clientes.

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